Honramos aos nossos antepassados que fincaram seus pés em construção desta parcela do país e não só, na luta para mantê-la e hoje, são 57 anos que celebramos desde que nos conhecemos como tais…
Estamos em festa, mas também em momentos de reflexão, não só em reflexão, como também na busca do bem estar social inclusivo. As coisas sim acontecem a seu tempo, o povo luta para sobreviver, a vila ascende a passos de camaleão seguindo o ritmo do país e porque assim se espera, quando não devia.
Agradecemos como nativos e filhos desta vila pelas mudanças, por aquilo que se vive e se vê, mas também pedimos, se assim podemos, a manutenção das vias de acesso, um hospital distrital com serviços que ajudem ao povo como é o caso de um pequeno bloco cirúrgico, ao invés de levar as parturientes à cidade de Nampula, que fizessem lá os trabalhos evitando assim as mortes de mães que deixam seus filhos sem rumo e maridos a deriva.
Como mecuburenses que somos, evitemos amar a política partidária, vamos nos apaixonar e amar o nosso distrito, vamos lutar por ele e por todos os que nele habitam. O importante neste momento é o povo e dele fazemos tudo quanto nos rodeia. A festa existe, o festival de otheka veio para trazer a cultura no seu auge e para isso damos vênia ao administrador. Mas também corramos para o desenvolvimento do distrito, apetrechamento na área da agricultura para dar comida ao povo e não podemos esperar o ocidente nos dar grãos de trigo para pão, isso não nos leva a lugar algum. Por nós e de nós devem sair ideias que catapultarão o desenvolvimento deste belo e magnifico distrito.
Somos um povo ou devíamos ser um povo independente sem qualquer intenção de mão estendida. Que Mecuburi seja o epicentro do desenvolvimento no país e que a nossa floresta se transforme num local turístico e assim robuste a nossa economia e as receitas locais. Que as pinturas rupestres sejam conhecidas e alavanquem o desenvolvimento.
Que a madeira embora não tenhamos como antes, seja a nossa luz para o desenvolvimento. Que o algodão trabalhe para nós. Que a castanha, o milho, a mapira, a batata, a mandioca, sejam produtos que tragam “fome zero”.
Junio Rafael