O Papa Francisco lançou sua mensagem de Quaresma deste ano com o tema “Através do deserto, Deus guia-nos para a liberdade”, destacando a importância da liberdade que Deus concede ao Seu povo. Em uma reflexão profunda sobre a narrativa do êxodo do povo de Israel, o Santo Padre enfatizou a ligação entre a liberdade e a experiência do deserto.
“Quando o nosso Deus Se revela, comunica liberdade”, declarou o Papa, citando as palavras do Decálogo entregue a Moisés no Monte Sinai. Ele lembrou que o povo de Israel, saindo do Egito, carregava consigo a experiência da escravidão, e as “dez palavras” foram dadas no deserto como um caminho para a liberdade.
O Papa ressaltou que a Quaresma é um tempo de graça, no qual o deserto, muitas vezes associado à aridez e desolação, se transforma no “lugar do primeiro amor”, conforme anunciado pelo profeta Oseias. Ele comparou essa jornada espiritual com a busca pela liberdade, na qual o povo de Deus é chamado a abandonar os vínculos opressivos.
O apelo à liberdade não é apenas uma questão abstrata, mas algo concreto que exige um esforço ativo para ver a realidade ao nosso redor. O Papa enfatizou que, assim como Deus viu a opressão do povo no Egito, também hoje o grito dos oprimidos chega aos céus. Ele questionou se esse grito também nos atinge, desafiando-nos a superar os fatores que nos afastam da fraternidade.
Recordando sua visita a Lampedusa, o Papa destacou a “globalização da indiferença” e instou a refletir sobre as perguntas bíblicas: “Onde estás?” e “Onde está o teu irmão?”. Ele apontou para a necessidade de uma conversão pessoal e comunitária, destacando que o caminho quaresmal deve envolver ações concretas para enfrentar a indiferença e as injustiças.
A mensagem do Papa também abordou a questão dos ídolos modernos que aprisionam a humanidade, como o poder, o dinheiro e o egoísmo. Ele incentivou a parar em oração e em ações de solidariedade, destacando que a Quaresma é um convite para lançar fora os ídolos que nos tornam pesados.
Ao concluir, o Papa Francisco abençoou todos os fiéis e encorajou a humanidade a buscar uma “nova esperança” durante esta Quaresma de conversão. Ele enfatizou que a fé e a caridade são guias essenciais para enfrentar os desafios e instigou coragem para acreditar que estamos no “início dum grande espetáculo”.
Por Pe Cantífula de Castro