Caríssimos Peregrinos!
Saudamos a todos com votos de fraternidade e esperança.
Hoje, 4 de Setembro de 2024, damos início ao “tríduo” da visita papal a Moçambique, ou seja, iniciamos a vivência memorial dos três dias que, há cinco anos, constituíram a presença, em solo pátrio, de Sua Santidade Papa Francisco.
De certeza que estamos lembrados da fervorosa emoção por nós experimentada durante aqueles dias, na Cidade do Maputo. Para muitos de nós, poderá ter sido a primeira e talvez única experiência de alegria na fé que nos une e, por isso mesmo, inesquecível.
Naqueles três dias, demonstramos e vivenciamos que somos uma grande família, unida numa só causa, e fortalecida num só motivo: a alegria do Evangelho.
A nossa presença em Maputo, como Delegados da nossa Diocese, foi e continua a ser um testemunho de fé e esperança. Cada um de nós, como peregrinos, doou o seu tempo e os seus recursos, para valorizar a nossa Santa e Madre Igreja, através da presença e de manifestações alegóricas, nas diversas realidades por onde estivemos.
Passados cinco anos, temos razões para agradecer a Deus pela oportunidade que tivemos e que nos congregou como Peregrinos do Papa Francisco em Nampula. Nestes anos, partilhamos e consolidamos os laços de irmandade e da fraternidade, trabalhando juntos em favor dos mais necessitados, numa expressiva resposta aos apelos do nosso Papa. Com muita alegria e simplicidade, fomos capazes de deixar as nossas zonas de conforto para ir ao encontro dos mais fracos nas periferias existenciais do nosso tempo.
Se em 2019, éramos desconhecidos um do outro, agora em 2024, podemos celebrar a graça de sermos uma verdadeira família, imbuída de valores e princípios ensinados pelo Santo Padre, Papa Francisco. Já não somos mais desconhecidos entre nós. E, na diversidade das nossas formas de ser e estar, aprendemos a cultivar a compreensão mútua e o perdão como elementos aglutinadores e promotores da paz; na diferença das nossas opiniões e incompreensões, fomos capazes de usar a reconciliação para devolver a esperança no nosso convívio.
Hoje, e neste tríduo, somos convidados a reavivar a alegria e experiência que compartilhamos nas ruas de Maputo, no campo da Maxaquene, na Catedral de Maputo e no Estádio do Zimpeto, naqueles dias em que o frio e a chuva foram incapazes de travar a nossa força interior. Temos a certeza que, cada momento vivido foi histórico e marcante para cada um de nós e, como tal, merece ser agraciado e celebrado.
Como Peregrinos do Papa Francisco, somos convidados a ser cada vez mais obreiros da paz, precursores da esperança e da reconciliação onde quer que estejamos e, sobretudo, entre os menos preferidos. A nossa riqueza imaterial aliada aos fortes fundamentos da nossa fé devem mover-nos a união e coesão entre nós.
Que encontremos na simplicidade do Santo Padre condimentos fundamentais para justificar a nossa sinodalidade, neste tempo em que caminhamos para celebrar o grande ano jubilar dos Peregrinos da Esperança.
Que Nossa Senhora da Imaculada Conceição, Padroeira de Moçambique, interceda pela nossa resiliência por muitos anos e nos faça perseverantes.
E como disse o Papa Francisco:
_A proximidade dói, mas é um acto necessário._
_Esperança, Paz e Reconciliação._
Do vosso irmão e Peregrino,
Júlio André