
Por: Valdimiro Amisse
Hoje, 09 de outubro, os moçambicanos saem às ruas para exercer um dos seus direitos mais fundamentais: votar. Mas há outro evento que muitos, infelizmente, também esperam neste dia – o famoso corte de energia. Parece piada, mas não é. Quando as urnas se abrem, as luzes costumam se apagar. Coincidência? Fraude? Chamem como quiserem, mas a verdade é que este apagão já virou parte do nosso calendário eleitoral.
A EDM vem sempre com a mesma desculpa: manutenção, sobrecarga, problemas técnicos. Mas nós, o povo, já aprendemos a ler nas entrelinhas. Sabemos que quando a luz se vai, algo mais está a ser preparado nas sombras. Será que os votos desaparecem na mesma velocidade que a eletricidade? Será que o destino da nossa nação se decide no escuro, longe dos olhos vigilantes do cidadão comum?
O corte de energia durante as eleições tornou-se um sinal do quanto ainda estamos distantes de uma verdadeira democracia. Em vez de clareza, há escuridão; em vez de confiança, há suspeita. E enquanto o povo espera por mudanças, quem está no poder manobra as cartas na sombra, aproveitando-se do silêncio elétrico para ditar o futuro de uma nação inteira.
Hoje, perguntamo-nos: será diferente? Haverá luz suficiente para garantir que o processo eleitoral seja justo, transparente, sem truques? Ou vamos, mais uma vez, ser forçados a aceitar que a verdadeira energia em Moçambique está nas mãos de quem sabe desligar tanto a luz quanto a nossa vontade?
Talvez, ao final do dia, a energia volte, mas a pergunta permanece: será que a luz que tanto ansiamos se acenderá no coração da nossa democracia, ou continuaremos à mercê desses cortes – de energia, de dignidade, e de verdade?
Ser Pobre Não É Defeito
Nós também já temos conhecimento das luzes e estamos preparados para oque virem,
Mas estou a torcer que dessa vez seja diferente e maravilhoso, obrigada.