
Por: Valdimiro Amisse
Moçambicanos residentes no Brasil enfrentaram um cenário preocupante durante as recentes eleições: muitos não sabiam onde votar ou sequer receberam informações sobre o processo eleitoral. A falta de comunicação por parte das autoridades criou uma situação de incerteza e frustração entre os eleitores, que se viram excluídos de exercer seu direito cívico.
Segundo relatos, em estados como São Paulo, Pernambuco, Rio Grande do Sul e Paraíba, moçambicanos aguardaram, sem sucesso, instruções sobre onde e como votar. Sem informações adequadas, passaram o dia das eleições acompanhando as notícias do país à distância, sem acesso às urnas.
A questão levantada agora é: quem votou por eles? A ausência de transparência e organização por parte do círculo eleitoral no Brasil levanta suspeitas sobre a condução do processo e a representatividade dos votos. A embaixada de Moçambique, responsável por garantir o acesso dos seus cidadãos ao voto, parece ter falhado em comunicar e organizar o processo, deixando muitos moçambicanos residentes no Brasil sem resposta.
A exclusão dos moçambicanos no exterior expõe um problema maior: a forma como esses cidadãos são tratados, muitas vezes vistos como secundários, mesmo tendo o direito de participar da construção democrática do país. Com as urnas abertas, mas sem a participação desses eleitores, a dúvida persiste: será que alguém votou por eles?
A falta de organização e comunicação eficaz ameaça a credibilidade das eleições, deixando um sentimento de descaso entre os moçambicanos na diáspora. A democracia só pode ser garantida com inclusão e transparência, valores que parecem ter sido esquecidos para esses cidadãos, que continuam a questionar se seus direitos foram respeitados ou usurpados.
Esta situação levanta a necessidade urgente de uma reforma no processo eleitoral para garantir que todos os moçambicanos, independentemente de onde residam, possam exercer plenamente seus direitos.