
Por Ernesto Tiago
Desde o processo de votação, fradulentamente consumado com o anúncio dos resultados parciais ao nível de todas províncias do País, incomodava-nos o silêncio da Mater Eclesia, a mais apartidária instituição do País e não só. Eis que, esta terça-feira os bispos católicos de Moçambique veementemente pronunciaram-se em relação ao comportamento maquiavélico que caracteriza a luta pelo poder ao longo destes dias em Moçambique.
Mais uma vez, a Igreja Católica de Moçambique prova aos seus crentes que há uma maior diferença entre o Governo Civil e o Governo Religioso embora ambos tenham a missão de bem conduzir as pessoas a boa convivência, claro com consideráveis distinções.
Parecendo que não, há bispos que questionam a fraude eleitoral e reveindicam pela justiça eleitoral, enquanto simplesmente outros deixaram vencida sua missão religiosa por outra que tem implicações nefastas, embora isso não lhes diga nada.
A Igreja grita pelo fim da violência. Na verdade, não se deve usar a violência como veículo para fazer cidadãos aceitarem a mentira. Diz o comunicado dos bispos, que “Certificar uma mentira é fraude” e ainda em outra frase, lê-se “Face a esses comprovados dados adulterados, poderão os órgãos eleitorais certificar os resultados?”. Uma afirmação seguida de uma pergunta que carece de uma resposta.
Na verdade, o ano de 2024 deixa, com a tamanha fraude negada pela juventude e agora pela Igreja, uma grande cicatriz, pois, são famílias com seus membros feridos outros ainda mortos sem devida justificação.
A Democracia encontra-se em Moçambique ameaçada, baleada e tóxica pelo gaz lacrimogénio que nestes dias é usado como recurso para negar a liberdade dos moçambicanos. Daí que o apoio moral, religioso e a presença dos bispos de Moçambique podem constituir motivação à juventude moçambicana, jornalistas e o pacato cidadão que vêem nos bispos um ombro amigo e espera nestes líderes religiosos uma palavra amiga sobretudo em momentos de tensão política, que hoje, caracterizam o País.
Sós, nada se faz