Por Valdimiro Amisse
Nampula viveu uma segunda-feira de alta tensão com a manifestação convocada por Venâncio Mondlane, candidato presidencial pelo partido PODEMOS. O ato, que paralisou cerca de 95% das atividades em várias cidades moçambicanas, gerou confrontos e atos de vandalismo, culminando na detenção de 18 pessoas, entre elas, Venâncio, conhecido popularmente como VM7 de Nampula.
VM7, de apenas 19 anos, tornou-se uma figura proeminente, ganhando destaque por seu nome e pela coincidência com o candidato à presidência. Ele se autodenomina “VM7 de Nampula” em referência ao seu homônimo, Venâncio Mondlane, e tem se envolvido ativamente nas mobilizações locais.
A Polícia da República de Moçambique (PRM) alegou que o jovem estava envolvido em atos de vandalismo, incluindo o incêndio de pneus durante o protesto. Segundo o porta-voz da PRM, as detenções ocorreram em diferentes áreas da província e VM7 foi pego “no centro das manifestações”.
No entanto, VM7 nega todas as acusações. “A polícia me interpelou enquanto eu caminhava pelas vias públicas na zona de Mwàhivire. Eu não estava fazendo nada”, declarou o jovem, que se defende de qualquer ligação com os atos de vandalismo.
A situação em Nampula é parte de um cenário mais amplo de insatisfação popular, onde as manifestações, mesmo iniciadas de forma pacífica, têm escalado em várias regiões do país, chamando a atenção para o papel da oposição e a reação das forças de segurança.
A detenção de VM7 levanta questionamentos sobre a atuação da PRM e o direito de manifestação, enquanto a população aguarda desdobramentos sobre o destino dos detidos e o futuro das mobilizações.