O eco das manifestações em Nampula desafia o apelo à calma de Jaime Neto
Por Valdimiro Amisse
Nampula amanheceu agitada hoje com o clamor uníssono: “Venâncio, Venâncio, Venâncio!”, que saia nas ruas da cidade. As palavras vinham de centenas de cidadãos que participaram na segunda fase das manifestações convocadas por Venâncio Mondlane, candidato presidencial nas últimas eleições, apoiado pelo partido Podemos.
Na véspera do evento, o Secretário de Estado na Província de Nampula, Jaime Neto, realizou uma reunião de emergência. Convocando empresários, líderes de associações, congregações religiosas e outros atores sociais, Neto fez um apelo claro à calma e à não adesão às manifestações previstas para os dias 24 e 25 deste mês. Segundo o Secretário de Estado, paralisar as atividades laborais e participar de protestos seria uma violação que poderia trazer consequências negativas para o tecido socioeconómico da província.
Neto insistiu na necessidade de manter a ordem e alertou contra a desinformação que, segundo ele, estaria sendo propagada com o intuito de inflamar ainda mais os ânimos da população. “Precisamos de paz e de trabalho para o progresso da nossa província”, afirmou o governante.
Por outro lado, a convocação de Venâncio Mondlane, apesar dos esforços de contenção, pareceu encontrar terreno fértil entre os Nampulenses, que continuam expressando desilusão com a situação política e econômica do país. A adesão às manifestações é vista como um grito por mudanças, refletindo o descontentamento com o rumo da governação atual e o desejo de uma nova liderança.
Resta saber se o pedido de calma será suficiente para frear o ímpeto dos manifestantes que, até agora, seguem fielmente as orientações de Venâncio Mondlane.