Por Valdimiro Amisse
Eles sabem dos sequestros no país. Sabem da dor e do desespero que se abate sobre as famílias que têm seus entes queridos arrancados do convívio, como se fossem meros objetos. Eles sabem dos empresários sequestrados, daqueles que, com muito sacrifício, construíram seus negócios e suas vidas, apenas para ver tudo desmoronar diante da violência que assola nossas cidades.
Os olhos do regime estão abertos, mas sua indiferença é ensurdecedora. As autoridades, que deveriam proteger o cidadão, parecem mais interessadas em manter suas próprias fortunas e privilégios. As promessas de segurança são vazias, uma retórica repetida que não se traduz em ações concretas. Falam de um futuro melhor, mas o presente é um pesadelo que se repete dia após dia.
Quantas vozes ainda precisam ser silenciadas para que alguém finalmente se importe? Eles sabem das lágrimas que rolam nas ruas, do medo que se instala nos corações de todos. E mesmo assim, continuam a andar com seus sorrisos forçados e suas conveniências políticas. A vida dos outros não é mais do que uma estatística, um número a ser esquecido nas reuniões fechadas e nas estatísticas manipuladas.
A impunidade é a verdadeira rainha desta terra, e ela se senta ao lado dos que governam. Eles sabem que o medo é uma ferramenta poderosa, uma forma de controlar a população. Enquanto as luzes se apagam nas casas de tantos, os palácios se iluminam, e a festa dos poderosos prossegue. Ninguém se atreve a fazer perguntas incômodas, porque fazer isso é desafiar o sistema. E o sistema, meus amigos, não é gentil com os rebeldes.
Os empresários sequestrados não são apenas números em uma lista de crimes; são pessoas com histórias, sonhos e famílias. Eles sabem que, enquanto eles estiverem à mercê do crime organizado, a economia do país balança na corda bamba. Mas o que eles se importam? A única preocupação que parece realmente manter o regime acordado à noite é a sua própria sobrevivência política.
Os relatos de sequestros, extorsões e violência se tornaram parte da paisagem cotidiana, como um som distante que ninguém mais escuta. O que poderia ser uma sociedade vibrante, cheia de oportunidades e esperança, transforma-se em um campo de batalha, onde cada dia traz consigo a possibilidade de perda e desespero.
Eles sabem que a população está cansada. Cansada de promessas vazias, de discursos que não levam a lugar algum. O povo anseia por respostas, por um futuro onde a dignidade e a segurança sejam mais do que palavras soltas ao vento. Mas a realidade é dura, e as vozes que se levantam são frequentemente silenciadas, como se fossem apenas um incomodo para aqueles que detêm o poder.
A verdade é que eles sabem… Mas o que fazem com esse conhecimento? Continuam a dançar no ritmo da corrupção e da violência, enquanto a sociedade desmorona à sua volta. A mudança não virá de cima; virá da resistência de um povo que, mesmo cansado e ferido, ainda se recusa a se calar. Eles sabem, e nós também sabemos. A pergunta é: até quando?
Ser Pobre Não é Defeito.