Nas diversas culturas africanas, as mulheres e mães desempenham um papel imprescindível na oração e intercessão.
A exemplo do povo Makhuwa, após a intervenção de várias personalidades, incluindo o régulo, ou Amwene, a oração é fechada pela mãe-rainha, a Apwiyamwene, indicando o ápice da interação com o sagrado.
Dentre várias imagens que partilham nesse momento delicado que Moçambique enfrenta, recebi a que encaminho com este breve texto. Uma mãe com o filho, numa postura de piedade e humildade a interceder por Moçambique e seu povo.
Lanço alguns desafios para cada mulher, mãe, tia e avó a abraçar a causa pela paz em Moçambique.
Primeiro
Neste final de semana, cada uma, no seu cantinho, se ajoelhe e faça a oração dirigida quer a Deus, Allah, Muluku, Nluku, Nungu, Mungu, quer aos antepassados ou a qualquer força espiritual supernatural que achar que escutará o pedido.
Segundo
Sem olhar as cores partidárias e as ideologias que cada mãe, mulher acorde, levante e se una com as outras para dialogar com o Presidente Nyusi para que, usando o poder que a Constituição lhe confere, chefe do Estado de Moçambique, para que resolva sabiamente a crise que o país enfrente.
Pode ser por meio da mama Isaura, esposa do Nyusi, o caminho para encontrar o camarada.
Terceiro
Marque-se um encontro com a mamã Lúcia Ribeiro, para que iluminada pelos antepassados moçambicanos, especialmente, pelas mulheres rainhas, inspirada por várias mulheres lutadoras e heroínas, saiba discernir e tomar a melhor decisão que seja favorável para o povo moçambicano.
Neste momento de luto, de muitas pessoas feridas e encarceradas, cada mãe deve pensar nos 9 meses que um ser humano se desenvolve, dois anos para fazer crescer e 18 anos para torná-lo adulto.
Portanto, não se perda insensibilidade de ser mãe, apoiando discursos de ódio e da morte.
A vida deve ser a primazia de cada dia.
Portanto, haja unidade e comunhão de todas mulheres para intercederem e lutarem para o bem de Moçambique.
Mãe, se hoje teu filho não está morto, pode vir a morrer amanhã.
Por isso, se unir para lutar pela paz e colocar-se o fim das mortes de inocentes, é o maior presente do Natal que cada mãe fará ao seu filho e sua filha.
Não menos importante, imploro que partilhe com todas as mães que conseguirão abrir e ver esta mensagem que faço com o coração a sangrar de dor pelas vidas perdidas neste período delicado que Moçambique vive.
Prometo estar convosco nessa luta pela paz e que o povo moçambicano alcance o bem-estar.
Servo inútil,
Pe. Kwiriwi, CP.