Por: Valdimiro Amisse
Venâncio Mondlane sempre foi marginalizado pelos que ocupam os corredores do poder. “Ele só tem seguidores nas redes sociais”, diziam, com aquele desdém próprio de quem ignora a força das novas formas de comunicação. Para eles, o impacto dele era tão limitado num “curtir” ou um “adoro”. Mas, ao que parece, subestimaram profundamente o poder do virtual.
As redes sociais, esse mundo paralelo que muitos insistem em desvalorizar, tornou-se o palco onde vozes marginalizadas, como a de Mondlane, encontraram terreno fértil. Ali, onde o grito de uma multidão não é abafado por câmaras fechadas ou microfones controlados, ele construiu sua plataforma. Entre postagens e comentários, criou uma conexão com o povo, que sentia nele a esperança de uma política diferente, uma liderança que não apenas prometia, mas que falava diretamente aos anseios de uma juventude desiludida.
E foi assim, das “curtidas” e “compartilhamentos”, que o movimento cresceu. A cada nova postagem, mais e mais pessoas se identificavam com sua visão e se sentiam representadas. O que muitos chamavam de “seguidores de internet” tornou-se uma legião de cidadãos conscientes, prontos para responder quando fosse necessário.
E o momento chegou. O desprezo dos poderosos foi a faísca que incendiou a ação popular. Quando marginalizaram Venâncio, dizendo que ele era só um fenômeno das redes, o povo das redes sociais respondeu com grandeza. E não foi só nas telas de celulares e computadores. O resultado virtual materializou-se em praças, ruas e nas conversas diárias de quem, finalmente, viu uma chance de ser ouvido.
O que os críticos de Mondlane não perceberam é que a internet, hoje, é mais que uma plataforma de entretenimento. É um espaço de organização, de troca de ideias e, sobretudo, de mobilização. O que começa em um comentário pode, em um piscar de olhos, transformar-se em uma marcha pelas ruas. Quem está nas redes não está alienado da realidade; pelo contrário, está conectado a ela de uma forma que muitos políticos tradicionais ainda não compreendem.
O que vimos com Mondlane foi mais do que um simples apoio popular; foi a manifestação de um novo poder. O povo das redes não apenas curtiu, mas saiu à rua, gritou e exigiu que suas vozes fossem ouvidas. O que era invisível para os olhos do poder tornou-se inegável. A revolução digital, que eles tanto desprezam, tornou-se a base de uma nova forma de fazer política. E Mondlane, o “político das redes”, provou que sua força vai muito além do mundo virtual.
Agora, aqueles que o subestimaram precisam repensar suas estratégias. O que eles chamavam de “seguidores de internet” mostrou que tem voz, corpo e, acima de tudo, poder de transformação. Venâncio Mondlane não é apenas um fenômeno das redes sociais; ele é o símbolo de uma nova era, onde o povo pode ser marginalizado por um tempo, mas nunca será silenciado.
Ser Pobre Não É Defeito