Por Kant de Voronha
O Conselho Geral dos Missionários Combonianos manifestou hoje (14/11), em Roma, solidariedade aos missionários que atuam em Moçambique diante dos episódios de violência que marcam o país desde as eleições gerais de 9 de outubro. Em nota dirigida aos “confrades da Província de Moçambique”, o Conselho destacou a “profunda apreensão” diante das notícias de repressão policial e destruição de propriedades, especialmente nas grandes cidades moçambicanas, onde protestos pacíficos foram sucedidos por confrontos violentos que resultaram em dezenas de mortos e centenas de feridos.
Segundo o comunicado, a violência que assola o país gerou “ódio e morte, angústia e medo”, afetando de forma mais grave as populações pobres e vulneráveis. Por isso, o Conselho Geral exorta os missionários a manterem-se atentos aos desdobramentos dos acontecimentos e a atuarem junto à Igreja local, manifestando solidariedade a todos aqueles que “procuram a verdade e a justiça”.
Em seu pronunciamento, os líderes combonianos reafirmaram o compromisso com uma missão “comprometida e inserida na realidade do povo”, enraizada no testemunho de São Daniel Comboni. Destacaram, ainda, os 77 anos de presença comboniana em Moçambique, caracterizada pela dedicação aos mais desfavorecidos e pela promoção de um estilo de vida pautado pelo Evangelho. “Estamos chamados a anunciar a Boa Nova da paz como o único caminho para construir uma sociedade baseada no respeito pela dignidade humana”, sublinham.
Além disso, o Conselho Geral enfatizou a importância de manter a esperança e o compromisso com a paz e o respeito mútuo. “Esperamos que a profunda tradição cristã e os valores ancestrais do povo moçambicano sejam o pilar a partir do qual se construa uma reflexão justa para ajudar a ultrapassar a atual polarização de forças entre o Governo e a sociedade civil”, afirma a mensagem.
Por fim, a mensagem encerra-se com uma oração pelo fim imediato da violência, pedindo a intercessão de São Daniel Comboni para que os missionários em Moçambique sejam fortalecidos com fé e sabedoria. O Conselho Geral garante, ainda, que seguirá “unido e solidário”, rezando pela paz e pela superação deste momento doloroso que atravessa a nação moçambicana.