Por Valdimiro Amisse
Caiu! A estátua de Alberto Chipande foi ao chão com a força de um povo que não aguenta mais carregar nas costas um regime corrupto, cínico e opressor. Cabo Delgado, terra da sua origem, cansou-se da idolatria forçada a um homem que simboliza o início de uma independência que nunca chegou para a maioria. Primeiro tiro? Que tiro foi esse que libertou uma elite enquanto condenava milhões à pobreza, à fome e ao abandono?
O “herói” da FRELIMO virou pó, literalmente. Foi arrastado pelas ruas de Pemba como um trapo velho, como um lixo que ninguém mais quer. O povo decidiu: chega de venerar fantasmas enquanto vive como escravo. Alberto Chipande, erguido como um deus por um partido que só sabe sugar o sangue da nação, viu sua imagem ser chutada, cuspida e humilhada por aqueles que ele e seus camaradas abandonaram.
Cinquenta anos de poder e é isso que têm a mostrar? Uma estátua caída e um povo revoltado? Cinquenta anos para transformar Moçambique num país rico, mas o que fizeram? Roubaram, mentiram, mataram sonhos enquanto a maioria vive em barracas de capim. Falam de independência, mas quem está independente aqui? O povo? Não! É o partido que está independente, porque faz o que quer, sem medo, sem vergonha, sem prestar contas.
Chipande foi ao chão porque representa tudo o que está errado. Representa um regime que prefere gastar dinheiro com estátuas do que com hospitais. Que prefere celebrar o passado enquanto o presente apodrece. Que prefere calar jornalistas, matar ativistas e enganar eleitores para se manter no poder.
E não adianta vir com discursos bonitos. O povo está cansado de histórias, de promessas que nunca chegam. Pemba gritou o que todo Moçambique sente: “Chega! Não queremos mais heróis falsos, nem líderes corruptos, nem monumentos que só servem para lembrar como fomos enganados!”
A estátua de Chipande no chão é um símbolo do que o regime merece: queda. Queda por ter traído os ideais de Samora, por ter transformado um país cheio de potencial numa terra de sofrimento. Cabo Delgado não precisa de estátuas; precisa de escolas para seus filhos, de comida para suas famílias e de paz para seus dias.
Hoje foi a estátua. Amanhã, pode ser o regime. Porque quando o povo começa a se levantar, nenhuma força, nenhum partido e nenhum “primeiro tiro” pode calá-lo. Chipande está no chão. E, com ele, está a vergonha de um sistema que já deveria ter sido enterrado há muito tempo.
Ser Pobre não é defeito